Diz-se que antes de entrar no mar
um rio treme de medo.
Ele olha para trás, para o caminho que percorreu,
desde os picos das montanhas,
a longa estrada sinuosa que atravessa florestas e aldeias.
E na frente dele,
ele vê um oceano tão vasto,
que entrar
parece não haver nada mais do que desaparecer para sempre.
Mas não há outra maneira.
O rio não pode voltar.
Ninguém pode voltar atrás.
Voltar é impossível na existência.
O rio precisa correr o risco
de entrar no oceano
porque só então o medo desaparecerá,
porque é lá que o rio saberá
não se trata de desaparecer no oceano,
mas de se tornar o oceano.
Khalil Gibran (1883-1931) Poeta Libanês
Fonte: The School of Practical Philosophy
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